domingo, 24 de junho de 2018

Como BEREANOS


*“Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim” (Atos 17.11)*
Os bereianos ou bereanos eram os habitantes da macedônia, mas precisamente da cidade de Beréia que foram visitados pelo apostolo Paulo por volta de 52 DC.

É um ato nobre você saber julgar todas as coisas que ouve (as coisas ouvidas, não as pessoas que falaram) e reter o que é bom. Paulo ensinou isto aos próprios Tessalonicensses (I Ts. 5.21).
Os Bereanos foram considerados mais nobres porque, embora os Tessalonicensses também tenham *recebido a Palavra* (e com alegria em meio a muita tribulação – I Ts. 1.6), eles *examinaram as escrituras* para conferir o que receberam, a idéia não era criticar as palavras de Paulo, porém
A palavra grega traduzida por “receber” em português, é *“dechomai”*. Alguns dos significados dela são: Agarrar e tomar posse. Essa mesma palavra grega foi utilizada por Paulo em I Corintios 2.14, e traduzida em várias versões portuguesas como “aceitar”: *“O homem natural não ACEITA as coisas do Espírito de Deus porque lhe são loucura”.* Já os espirituais, eles “dechomai” pelo Espírito. Eles aceitam, recebem, agarram e tomam posse… pelo Espírito.
A Palavra de Deus não pode ser recebida pela mente natural, senão ficará limitada. Ela precisa ser agarrada pelo nosso espírito. Precisamos guardá-La no mais íntimo do nosso coração (espírito). Não é um filtro ou julgamento mental, mas espiritual. É por isso também que quando ouvimos um ensino fora do contexto da Palavra de Deus, percebemos um freio e um incômodo no nosso espírito. É o que chamamos de “voz da consciência”.
Como os Bereanos a recebiam, agarravam e tomavam posse da Palavra? Com avidez. O que significa: zelo, entusiasmo, inclinação, intensidade e disposição.
A minha pergunta é: Como nós temos recebido a Palavra? Lembrando-nos de que, antes de recebê-la, é necessário ouvi-la ou lê-la. Como temos ouvido-a? Como temos lido-a? É preciso avidez, zelo, entusiasmo, inclinação, intensidade e disposição. Pedro falou que devemos desejá-la como os recém-nascidos desejam o leite materno. Independente de qual é o locutor, seja “Paulo” ou “Apolo”.
Você já viu como um recém-nascido deseja o leite materno? Eu como pai já presenciei meus filhos quando bebê e estavam com fome, choram, esperneiam, gritam e continuam chorando até que sejam amamentados. Isso é fome de verdade! E é *essa fome que devemos ter para receber a Palavra de Deus*.
A ponto de, durante toda a semana, todos os dias, examinarmos, voltarmos a ler, voltarmos a ouvir, meditarmos novamente, comermos novamente aquela mesma Palavra, confirmando no nosso espírito: É isso mesmo! Isto é a verdade! Afinal, *a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, ouvir, ouvir, ouvir, ouvir… a Palavra de Deus*.
João 5:39, *“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”* e como resposta aos saduceus, dentro deste mesmo contexto Jesus disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” Mateus 22.29
O que acho mais interessante é que, segundo Atos 17.11, os Bereanos não examinaram as Escrituras enquanto a estavam recebendo. Pode até ser que tenham feito isto, mas Lucas não registrou. A ordem foi: Receberam e Examinaram. Ou seja, recebeu e manteve o que recebeu, ou, continuou recebendo diariamente!

Volto a dizer, é necessário ter um julgamento sobre tudo o que ouvirmos, não podemos engolir qualquer ensino como sendo a Palavra de Deus. Devemos observar se aquilo *concorda com o contexto de toda a Bíblia*, se há duas ou três passagens que confirmem aquilo nas Escrituras. Entretanto, além do bom senso para *manejar bem a Palavra da verdade*, é necessário também muito cuidado para não sermos apenas excelentes juízes, porém, medíocres recebedores.
Aprendamos a receber! Independente do quanto você já conhece da Palavra de Deus, sempre haverá mais para se conhecer e sempre será necessário ouvir de novo o que já se recebeu. Mantenhamo-nos recebendo, apegando-nos com mais firmeza às verdades já ouvidas, para que delas, em tempo algum, nós nos desviemos (Hb. 2.1).

Talvez isso justifique o fato de Paulo não ter escrito nenhuma carta aos Bereianos – não era necessário, pois eram crentes que examinavam, investigavam as Escrituras, ao passo que seus vizinhos da Tessalônica receberam duas cartas.

Sejamos equilibrados!
Criticar nunca foi e nunca será uma nobreza. Mas, receber e examinar o que se recebeu é, sim, um nobre ato e uma sábia prioridade.
Que o Senhor nos guarde para nunca irmos além do que esta escrito e nem ser contenciosos.

Bibliografia:





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