*“Ora, estes eram
mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda
avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram
assim” (Atos 17.11)*
Os bereianos ou bereanos eram
os habitantes da macedônia, mas precisamente da cidade de Beréia que foram
visitados pelo apostolo Paulo por volta de 52 DC.
É um ato nobre
você saber julgar todas as coisas que ouve (as coisas ouvidas, não as pessoas
que falaram) e reter o que é bom. Paulo ensinou isto aos próprios
Tessalonicensses (I Ts. 5.21).
Os Bereanos foram
considerados mais nobres porque, embora os Tessalonicensses também tenham
*recebido a Palavra* (e com alegria em meio a muita tribulação – I Ts. 1.6),
eles *examinaram as escrituras* para conferir o que receberam, a idéia não era
criticar as palavras de Paulo, porém
A palavra grega
traduzida por “receber” em português, é *“dechomai”*. Alguns dos significados
dela são: Agarrar e tomar posse. Essa mesma palavra grega foi utilizada por
Paulo em I Corintios 2.14, e traduzida em várias versões portuguesas como
“aceitar”: *“O homem natural não ACEITA as coisas do Espírito de Deus porque
lhe são loucura”.* Já os espirituais, eles “dechomai” pelo Espírito. Eles
aceitam, recebem, agarram e tomam posse… pelo Espírito.
A Palavra de Deus
não pode ser recebida pela mente natural, senão ficará limitada. Ela precisa
ser agarrada pelo nosso espírito. Precisamos guardá-La no mais íntimo do nosso
coração (espírito). Não é um filtro ou julgamento mental, mas espiritual. É por
isso também que quando ouvimos um ensino fora do contexto da Palavra de Deus,
percebemos um freio e um incômodo no nosso espírito. É o que chamamos de “voz
da consciência”.
Como os Bereanos a
recebiam, agarravam e tomavam posse da Palavra? Com avidez. O que significa:
zelo, entusiasmo, inclinação, intensidade e disposição.
A minha pergunta
é: Como nós temos recebido a Palavra? Lembrando-nos de que, antes de recebê-la,
é necessário ouvi-la ou lê-la. Como temos ouvido-a? Como temos lido-a? É
preciso avidez, zelo, entusiasmo, inclinação, intensidade e disposição. Pedro
falou que devemos desejá-la como os recém-nascidos desejam o leite materno.
Independente de qual é o locutor, seja “Paulo” ou “Apolo”.
Você já viu como
um recém-nascido deseja o leite materno? Eu como pai já presenciei meus filhos
quando bebê e estavam com fome, choram, esperneiam, gritam e continuam chorando
até que sejam amamentados. Isso é fome de verdade! E é *essa fome que devemos
ter para receber a Palavra de Deus*.
A ponto de,
durante toda a semana, todos os dias, examinarmos, voltarmos a ler, voltarmos a
ouvir, meditarmos novamente, comermos novamente aquela mesma Palavra,
confirmando no nosso espírito: É isso mesmo! Isto é a verdade! Afinal, *a fé
vem pelo ouvir, e o ouvir, ouvir, ouvir, ouvir, ouvir… a Palavra de Deus*.
João 5:39, *“Examinais as
Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim
testificam”* e como resposta aos saduceus, dentro deste mesmo contexto Jesus
disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de
Deus.” Mateus 22.29
O que acho mais
interessante é que, segundo Atos 17.11, os Bereanos não examinaram as
Escrituras enquanto a estavam recebendo. Pode até ser que tenham feito isto,
mas Lucas não registrou. A ordem foi: Receberam e Examinaram. Ou seja, recebeu
e manteve o que recebeu, ou, continuou recebendo diariamente!
Volto a dizer, é
necessário ter um julgamento sobre tudo o que ouvirmos, não podemos engolir
qualquer ensino como sendo a Palavra de Deus. Devemos observar se aquilo *concorda
com o contexto de toda a Bíblia*, se há duas ou três passagens que confirmem
aquilo nas Escrituras. Entretanto, além do bom senso para *manejar bem a
Palavra da verdade*, é necessário também muito cuidado para não sermos
apenas excelentes juízes, porém, medíocres recebedores.
Aprendamos a
receber! Independente do quanto você já conhece da Palavra de Deus, sempre
haverá mais para se conhecer e sempre será necessário ouvir de novo o que já se
recebeu. Mantenhamo-nos recebendo, apegando-nos com mais firmeza às verdades já
ouvidas, para que delas, em tempo algum, nós nos desviemos (Hb. 2.1).
Talvez isso justifique o fato de Paulo não ter escrito
nenhuma carta aos Bereianos – não era necessário, pois eram crentes
que examinavam, investigavam as Escrituras, ao passo que seus
vizinhos da Tessalônica receberam duas cartas.
Sejamos
equilibrados!
Criticar nunca foi
e nunca será uma nobreza. Mas, receber e examinar o que se recebeu é, sim, um
nobre ato e uma sábia prioridade.
Que o Senhor nos guarde para nunca irmos além do que
esta escrito e nem ser contenciosos.
Bibliografia:
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