De onde viemos, para onde vamos? Porque fomos
criados?
Desde o tempo antigo, o homem olha para o céu, para
os astros e estrelas, buscando respostas a essas perguntas fundamentais e ao
mesmo tempo tão intrigantes.
Diversos filósofos, astrônomos, físicos e outros
pensadores têm se dedicado a tentar explicar qual seria a origem do universo e,
de forma especialmente particular, da criação do ser humano.
Durante muito tempo, predominou universalmente a
crença fundamentada no criacionismo segundo a bíblia. Entretanto, a partir de
1859 com a publicação do livro A Origem das Espécies por Charles
Darwin, a comunidade científica, em sua maioria, passou a adotar a
teoria da Evolução das Espécies através da seleção natural.
Além disso, muitos cientistas, dentre eles o famoso
físico, teórico e cosmólogo Stephen Hawking, defendem a tese
de que o homem seria resultado do que restou da formação das estrelas.
Segundo a Ciência, a vida seria assim algo que
apareceu em nosso planeta somente por acaso, era o resto da formação do
universo, sem sentido algum, sem nenhum propósito.
Porém sabemos que o ser humano é muito mais do que
pó estelar, e que a vida tem sim um propósito. Sabemos que um ser pessoal, um
Deus moral, formou o homem e o estabeleceu para ser o seu representante neste
mundo físico.
Adão [do hebraico "vermelho", adom],
termo similar ao usado para designar 'terra' [hb. 'adama], foi assim chamado
pois Deus formou Adão do barro, da terra.
"E formou o SENHOR Deus o
homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi
feito alma vivente." Gênesis 2:7
O verbo yatsar 'formou' sugere
o trabalho de um artesão moldando a sua obra em barro. Deus se envolveu
pessoalmente na criação do homem, enquanto modelava o corpo humano do barro, e
após, soprou em suas narinas o fôlego de vida.
O sopro divino descrevia a forma como o Senhor
infundiu o Espírito no ser humano, o que deu ao homem a capacidade intelectual,
moral, relacional e espiritual.
Diferentemente de todo o restante da criação, onde
Deus simplesmente utilizara o termo 'haja', com o homem o Senhor demonstra
profunda consideração e planejamento. O Elohim emprega a frase 'façamos o homem
à nossa imagem, conforme a nossa semelhança'.
Deus estabelece um padrão moral altíssimo para o
ser humano, padrão referenciado e assemelhado ao próprio Deus. Agora havia
chegado o momento ápice de toda obra criadora, tudo que foi criado
anteriormente era destinado a comportar, sustentar e manter a vida da obra
prima da natureza.
"E disse Deus: Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;" Gênesis 1:26
Adão era o único ser em que Deus utilizou a sua
própria imagem, uma criatura feita para refletir a sua glória. A visão
tradicional da criação está associada com a imagem de Deus no homem,
representando a sua moral e ética, bem como a habilidade intelectual que
recebeu do criador.
Agregado a isso, de acordo com a gramática
hebraica, e com o conhecimento das tradições do antigo oriente, a interpretação
melhor do texto seria 'façamos o homem como a nossa imagem'.
A preposição hebraica equivalente a [à] nesta
frase pode ser traduzida no sentido da conjunção [como].
Nos tempos do antigo Oriente, um imperador ordenava
a colocação de suas estátuas e bustos em todos os pontos de seu império. Estes
símbolos marcavam as áreas que estavam sob o seu poder.
Deus colocou o homem na terra com o símbolo vivo
dele mesmo, para representar o seu reino e o seu domínio, pois nós segundo à
sua imagem, somos o Seu reino, o reino de Deus está em nós.
"santificado seja o teu
nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no
céu." Lucas 11:2
E nós fomos feitos conforme à sua semelhança, ou
seja, somos o reflexo da majestade divina na terra. Deus criou um ser pessoal,
com objetivos, com propósitos bem claros e definidos.
E Deus vinha visitar o homem todos os dias. Deixava
a sua habitação, toda a sua glória para poder conversar com Adão. Diante dos milhares
de milhares de seres espirituais, cada qual com mais poder e grandeza de que
outros, não há notícia de que Deus tenha feito tal ato por nenhum outro ser
criado.
Nem por anjos, nem por arcanjos e nem por querubins
ou qualquer outro ser vivente, exceto pelo ser humano.
Mas o Eterno tinha o ser humano em altíssima
estima. Isto elevava muitíssimo o status do homem como um ser que era a glória,
a coroa da criação divina.
A expressão 'E domine o homem',
revela o controle do homem como o regente de Deus na terra. Deus deu esta
capacidade ao homem de dominar e sujeitar a terra, e tudo o que nela há. Mas
devemos aceitar esta tarefa com muita responsabilidade.
Cabe ao ser humano cuidar da criação divina,
preservando e administrando tudo sabiamente.
"e domine sobre os peixes
do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo o réptil que se move sobre a terra." Gênesis 1:26
Vemos cada vez mais o domínio da humanidade se
estendendo através do conhecimento científico. A cada dia a cresce a conquista
dos mares, da terra, do ar e do espaço.
E se podemos usar este dom divino do conhecimento
para desenvolver novas tecnologias, podemos tirar bons proveitos para o nosso
crescimento pessoal também.
Veja que a humanidade progride tecnologicamente,
mas continuam sendo dominada por seus piores instintos de guerras, mortes,
roubos, invejas, ciúmes, conflitos, desavenças, fofocas e muitas coisas
semelhantes a estas.
Mas o Criador nos deu a capacidade de 'dominar',
pois tudo o que fazemos passa pelo nosso crivo mental primeiro, tudo é primeiro
submetido aos processos mentais. Deus te fez com o propósito de sujeitar e não
de ser sujeitado por maus sentimentos.
O que precisamos é resgatar a imagem do Criador em
nós. Nós temos que refletir Deus, e entendermos que Deus é amor. E essa
reflexão só será verdadeira quando permitirmos que o amor inunde, preencha o
nosso coração e domine o nosso ser.
Ele mesmo nos deixou o maior exemplo de amor que
alguém poderia conhecer. Entregou a sua própria vida para resgatar as suas
criaturas, a quem Ele com tanto amor chamava de amigos e de filhos.
A expressão da imagem e da semelhança de Deus é não
outra, senão o AMOR.
Você pode sim controlar as suas reações, palavras e
decisões e submetê-las à Deus. Você pode dominar as suas emoções, usando-as
como fonte de energia positiva, para construir algo bom.
Por isso domine o homem a si mesmo, e reflita, e
busque mudança de atitudes, com uma nova pratica de vida, com renovação no
entendimento, com a não violência.
E volte à imagem de Deus que o criou, como uma
criança inocente, com perfeição de coração, pois perfeito é Aquele que a todos
ama e que a todos quer salvar.
Segundo a história secular, o homem teria passado
por uma linha de evolução, iniciada aproximadamente entre cinco e sete milhões
de anos, partindo de primatas pré-históricos, e que foi sendo submetido ao
processo de Hominização através dos muitos milhares de anos que se passaram.
Mas a bíblia é clara e enfática ao afirmar que o
foi homem criado no sexto dia da criação. O homem não veio de nenhum material
biológico pré-existente ou da evolução da família de primatas antigos. O homem
foi criado pessoalmente por Deus, que utilizou materiais inertes, sem vida,
pois o Senhor Majestoso foi quem criou a vida.
Deus deu vida ao homem e imediatamente lhe deu uma
casa, um lar que o Senhor pessoalmente plantou, o Jardim [do hebraico 'gan',
área cercada]. O Éden [do hebraico 'Eden' ou 'edenah'] 'deleite', 'prazer',
'alegria', localizava-se entre rios, originando o termo mesopotâmia.
Os rios que circundavam e rodeavam o Jardim do Éden
eram o Eufrates [do hebraico Parath, 'frutífero'] (2750km), o rio Hidéquel [do
hebraico Chiddeqel, 'rápido'], mais conhecido como rio Tigre (1950km).
Estes rios de desgelo que têm suas nascentes nas
montanhas da Armênia (Turquia), que correm no sentido sul, atravessando toda a
planície da Mesopotâmia (Iraque).
A quase totalidade do território do Oriente Médio,
cerca de 90% é dominado pelo clima árido. As cheias desses rios se dão entre
abril e junho, vindo a fertilizar todo o solo da região.
Eles também serviam de bebedouro para os animais da
região, já que o livro de Gênesis informa que no tempo de Adão ainda não havia
chovido sobre a terra.
Até nos dias de hoje no clima da região predomina a
escassez de chuva, o que aumenta muito a importância da hidrografia
mesopotâmica.
Devido ao tamanho imenso da área que o Jardim
parecia ocupar, certamente estes rios tinham também um papel importante para a
mobilidade e o transporte do homem de uma ponta a outra do Éden.
A localização dos rios Giom [do hebraico Giychown,
'irrompendo'] e Pisom [hb. Piyshown, 'aumento'] é desconhecida, porém o historiador
judeu Flávio Josefo, em sua obra: A
História dos Hebreus descreve que "o jardim era regado por um grande
rio, que o rodeava completamente e se dividia em quatro outros rios."
"O primeiro desses rios,
chamado Pisom, que significa "plenitude" e ao qual os gregos chamam
Canges, corre para a índia e desemboca no mar. O segundo que se chama Eufrates,
e Fora em nossa língua, significa "dispersão" ou "flor", e
o terceiro, a que chamam Tigre ou Diglath, que significa "estreito e rápido",
ambos desembocam no mar Vermelho. O quarto, de nome Giom, que significa
"que vem do oriente", é chamado Nilo pelos gregos e atravessa todo o
Egito." Flavio Josefo - A História dos Hebreus
O Éden era encontrado 'na banda do oriente', ou
seja, a leste. Provavelmente no Gênesis o nível dos mares era bem mais baixo.
Uma das consequências do dilúvio de Noé seria a subida do nível dos mares,
fazendo com que a região do Golfo fosse inundada, escondendo a localização do
Jardim do Éden.
Muitos estudiosos ainda acreditam que o local do
Jardim ficaria na região que hoje compreende o Iraque e que o Dilúvio o teria
destruído e soterrado.
O Éden era um lar extraordinário com uma enorme
biodiversidade, com todos os melhores tipos de árvores frutíferas e plantas.
Havia duas árvores realmente especiais, a Árvore da Vida [do hb.
'ets chay], que transmitia a imortalidade ao homem, e a Árvore
do Conhecimento do Bem e do Mal [do hebraico 'ets da'ath towb ra'].
O lugar que Deus escolheu para plantar o Jardim e
pôr Adão, foi o melhor em todo o planeta recém criado. O crescente fértil,
também chamado de mesopotâmia, que ficava entre o deserto da Síria e os Montes
Zagros.
Uma região onde os indivíduos tinham plena
proteção, o deserto e as montanhas protegiam o jardim que ficava entre eles. Os
rios Tigre, o Eufrates, o Pisom e o Giom, irrigavam a vegetação do jardim do
Éden e forneciam a água potável que o homem necessitava.
A planície da Mesopotâmia era o local ideal para se
formar os primeiros núcleos humanos, pois continha alimentos, água e segurança suficientes,
para que posteriormente pudesse evoluir e se transformar em vilas ainda
maiores.
Além disso, a vegetação abundante do jardim,
amenizava a amplitude térmica da península arábica que chegava no mesmo dia a
temperaturas díspares de 50º positivos de dia, à temperaturas abaixo de zero à
noite.
O Jardim, porém, mantinha a umidade e a temperatura
frescas, constante e confortável tanto de dia, como de noite.
A ocupação de Adão era cultivar [do hb. abad,
'plantio, cultivo'] o Jardim do Éden e ser sustentado por ele. Aqui vemos um
dos princípios básicos do desenvolvimento auto-sustentável relacionado com o
meio ambiente, um assunto muito discutido e debatido atualmente.
Adaptado do site:
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