A História do Livro de Juízes
Vemos por
exemplo no livro de Juízes datado do ano de 1050 e 100 a.C, uma história de
Israel cheia de ação, que mostra o povo ora envolvido com a religião demoníaca
e as conseqüências desastrosas, ora arrependido e misericordiosamente libertado
por Deus, por meio de juízes divinamente nomeados, na realidade 12 ao total: Otniel,
Eúde, Sangar, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, (Heb. 11:32-34), Tola, Jair,
Ibsã, Elom e Abdom.
Em
descobertas arqueológicas confirmam sobre a natureza da religião de Baal
praticada pelos cananeus. Fora as referências na Bíblia, pouco se sabia sobre o
baalismo até 1929, quando se escavou a antiga cidade cananéia de Ugarit (a
moderna Ras Xamra, na costa síria, defronte da ponta nordeste da ilha de
Chipre). Foi revelado aqui que a religião
de Baal se caracterizava pelo materialismo, extremo nacionalismo e
adoração do sexo. Cada cidade cananéia tinha evidentemente seu santuário de
Baal, bem como capelas conhecidas como os altos. Dentro dessas capelas, havia
provavelmente imagens de Baal, e, perto dos altares, do lado de fora,
encontravam-se colunas de pedra (os Obeliscos distribuídos em várias
cidades do mundo) talvez símbolos fálicos de Baal. Detestáveis sacrifícios
humanos manchavam de sangue estes santuários. Quando os israelitas ficaram
contaminados com o baalismo, ofereceram da mesma forma seus filhos e suas filhas.
(Jer. 32:35) Havia um poste sagrado que representava a mãe de Baal, Axerá. A
deusa da fertilidade, Astorete, esposa de Baal, era adorada por meio de
licenciosos ritos sexuais, sendo mantidos tanto homens como mulheres como
“consagrados” prostitutos do templo. Não é de admirar que Deus ordenasse o
extermínio do baalismo e de seus aderentes bestiais. “Teu olho não deve ter dó
deles; e não deves servir aos seus deuses.” Deut. 7:16.
Mas, em vez
de expulsarem totalmente os cananeus, os israelitas submetem muitos desses a
trabalhos forçados, permitindo que residam entre eles. Em conseqüência disso, o
anjo de Deus declara: “Pelo que também eu disse: Não os
expelirei de diante de vós; antes, estarão às vossas costas, e os seus deuses
vos serão por laço.” (2:3) Assim, quando surge uma nova geração que não
conhece a Deus nem as obras realizadas por ele, o povo logo abandona a Deus
para servir aos Baalins e a outros deuses. Conseqüentemente o Criador não
expulsa nenhuma das nações que ele deixou para provar Israel.
Angustiados
por causa de seu cativeiro às mãos dos cananeus, os filhos de Israel começam a
invocar a Deus em busca de socorro. Ele suscita primeiro a Otniel (3:1-11).
Depois de os
filhos de Israel terem sido subjugados por 18 anos a Eglom, rei de Moabe,
clamam a Deus que ouve outra vez as suas súplicas e suscita o juiz Eúde
(3:12-30), e o país goza outra vez do descanso que Deus lhe concede, por 80
anos.
O
juiz Sangar (3:31). Sangar salva a Israel, abatendo 600 filisteus. Que
a vitória se deve ao poder de Deus, indica-se mediante a arma que emprega
uma simples aguilhada de gado.
O
juiz Baraque (4:1-5:31). Depois, Israel cai sob o jugo do rei cananeu,
Jabim, e de Sísera, seu chefe de exército, que se jacta de seus 900 carros
munidos de foices de ferro. Israel clama de novo a Deus que o escuta e suscita
o juiz Baraque, ajudado pela profetisa Débora.
Para que
Baraque e seu exército não tenham motivo para se jactar, Débora dá a conhecer
que a batalha será travada por orientação de Deus, e passa a profetizar: “Será à mão de uma mulher que Deus venderá a Sísera.” (4:9)
Baraque convoca os homens de Naftali e de Zebulão ao monte Tabor. Seu exército
de 10.000 homens desce então ao combate. Sua firme fé lhes traz a vitória.
‘Deus começa a lançar em confusão tanto a Sísera como a todos os seus carros de
guerra e todo o acampamento’, esmagando-os por uma inundação súbita no vale do
Quisom. “Não restou nem sequer um.” (4:15, 16)
Jael, esposa de Héber, o queneu, para cuja tenda Sísera foge, leva ao clímax a
matança, pregando contra o chão a cabeça de Sísera com uma estaca de tenda. “Assim subjugou Deus . . . a Jabim.” (4:23) Débora e
Baraque entoam um cântico para a glória do poder invencível de Deus, que fez
com que até mesmo as estrelas lutassem desde suas órbitas contra Sísera. É
deveras ocasião para ‘bendizer a Deus’! (5:2) Seguem-se 40 anos de paz.
O
juiz Gideão (6:1-9:57). De novo fazem os filhos de Israel o que é mau,
e o país é devastado pelos midianitas invasores. Por intermédio de seu anjo,
Deus suscita o juiz Gideão: “Mostrarei estar contigo.”
(6:16) O primeiro ato de coragem de Gideão consiste em destruir o altar
de Baal que se acha na sua própria cidade. Os exércitos combinados do inimigo
cruzam então em direção de Jezreel, mas ‘o Espírito de
Deus envolve Gideão’ ao passo que este convoca Israel para a batalha.
(6:34).
Mediante seu
exército, composto de 32.000 homens, é grande demais, e que o tamanho poderá
dar motivo para jactância humana sobre a vitória. Primeiro, os temerosos são
enviados para casa, restando apenas 10.000. (Juí. 7:3; Deut. 20:8) Depois,
mediante a prova da maneira de beber água, todos, exceto 300 alertas e
vigilantes, são eliminados. Gideão faz reconhecimento do acampamento midianita
durante a noite e de novo é assegurado do sucesso ao ouvir um homem interpretar
um sonho como significando: “isto não é senão a espada
de Gideão . . . O verdadeiro Deus lhe entregou na mão a Midiã e a todo o
acampamento”. (Juí. 7:14) Gideão presta adoração a Deus e divide seus
homens em três grupos em volta do acampamento midianita. O silêncio da noite é
subitamente rompido: os 300 homens de Gideão tocam as buzinas, quebram os
grandes jarros, acendem as tochas e gritam: “A espada
de Deus e de Gideão!” (7:20). O acampamento do inimigo vira um
pandemônio. Os midianitas lutam uns contra os outros e põem-se em fuga. Mas
Israel os persegue, mata-os, abate também a seus príncipes. Contudo, do despojo
da guerra Gideão faz um éfode, que chega a ser mais tarde objeto de grande
veneração, tornando-se assim um laço para Gideão e sua família. O país tem
descanso por 40 anos durante o tempo em que Gideão é juiz.
Depois da morte de Gideão, Abimeleque, um de seus filhos, nascido de uma concubina sua, usurpa o poder e assassina seus 70 meios-irmãos. Jotão, o filho mais novo de Gideão, é o único que escapa, e, do cume do monte Gerizim, ele profere uma maldição sobre Abimeleque. Nessa parábola das árvores, ele assemelha a “realeza” de Abimeleque a um modesto espinheiro. Abimeleque vê-se logo envolvido numa luta interna em Siquém, onde sofre a humilhação de ser morto por uma mulher que lhe atira, do alto da torre de Tebes, uma mó certeira, esmagando-lhe o crânio. Juí. 9:53; 2 Sam. 11:21.
Depois da morte de Gideão, Abimeleque, um de seus filhos, nascido de uma concubina sua, usurpa o poder e assassina seus 70 meios-irmãos. Jotão, o filho mais novo de Gideão, é o único que escapa, e, do cume do monte Gerizim, ele profere uma maldição sobre Abimeleque. Nessa parábola das árvores, ele assemelha a “realeza” de Abimeleque a um modesto espinheiro. Abimeleque vê-se logo envolvido numa luta interna em Siquém, onde sofre a humilhação de ser morto por uma mulher que lhe atira, do alto da torre de Tebes, uma mó certeira, esmagando-lhe o crânio. Juí. 9:53; 2 Sam. 11:21.
Os
juízes Tola e Jair (10:1-5). Estes são os próximos a efetuar
libertações pelo poder de Deus, julgando por 23 e 22 anos, respectivamente.
O
juiz Jefté (10:6-12:7). Visto que Israel persiste em voltar-se para a
idolatria, a ira de Deus se acende de novo contra a nação. O povo sofre agora
opressão por parte dos amonitas e dos filisteus. Jefté é chamado de volta do
exílio para liderar Israel no combate. Mas quem realmente é o juiz nessa
controvérsia? As próprias palavras de Jefté fornecem a resposta: “Julgue hoje Deus, o Juiz, entre os filhos de Israel e os
filhos de Amom.” (11:27) Ao passo que o Espírito de Deus opera nele,
Jefté faz um voto de que, ao retornar de Amom em paz, devotará a Deus a
primeira pessoa que de sua casa sair ao seu encontro. Jefté subjuga Amom com
grande matança. Ao voltar para casa, em Mispá, é a sua própria filha que lhe
sai primeiro ao encontro, correndo, com alegria pela vitória de Deus. Jefté cumpre
o seu voto devotando esta filha única ao serviço exclusivo na casa de
Deus, para Seu louvor.
Os efraimitas protestam então que não foram convocados para lutar contra Amom, e ameaçam a Jefté, que se vê obrigado a repeli-los. Ao todo, 42.000 efraimitas são mortos, muitos deles nos vaus do Jordão, onde são reconhecidos por não conseguirem pronunciar corretamente a senha “Xibolete”. Jefté continua a julgar Israel por seis anos (12:6).
Os efraimitas protestam então que não foram convocados para lutar contra Amom, e ameaçam a Jefté, que se vê obrigado a repeli-los. Ao todo, 42.000 efraimitas são mortos, muitos deles nos vaus do Jordão, onde são reconhecidos por não conseguirem pronunciar corretamente a senha “Xibolete”. Jefté continua a julgar Israel por seis anos (12:6).
Os
juízes Ibsã, Elom e Abdom (12:8-15). Embora se fale pouco concernente
a estes, os períodos em que julgaram são declarados como sendo de sete, dez e
oito anos, respectivamente.
O
juiz Sansão (13:1-16:31). Mais uma vez Israel cai sob o jugo dos
filisteus. Desta vez, Deus suscita a Sansão como juiz. O segredo da sua força
não está em músculos humanos, mas no poder dado por Deus. É quando ‘o Espírito de Deus se torna ativo nele’, mas se
afasta o seu coração de Deus (16:20) e os filisteus o pegam, vazam-lhe os olhos
e o fazem virar a mó na prisão, como escravo. Quando chega a época da
celebração de uma grande festa em honra de Dagom, deus dos filisteus, ele se
coloque entre as duas grandes colunas da casa usada para adoração de Dagom.
Sansão invoca a Deus: “Senhor Deus, por favor,
lembra-te de mim e fortalece-me só esta vez.” E Deus lembra-se dele ‘e a casa cai, de modo que os mortos, que entrega à morte ao
ele mesmo morrer, vêm a ser mais do que os que entregara à morte durante a sua
vida’(16:28-30).
Micá
e os danitas (17:1-18:31). Micá, um efraimita, estabelece seu próprio
sistema religioso independente, a idólatra “casa de deuses”, com tudo, imagem
esculpida e um sacerdote levita. (17:5) Homens da tribo de Dã passam por lá, a
caminho da posse de sua herança no norte. Eles saqueiam Micá, tirando-lhe os
acessórios religiosos e o sacerdote, e avançam para o extremo norte, a fim de
destruírem a insuspeitosa cidade de Laís. Em seu lugar, edificam a sua própria
cidade de Dã, e colocam ali a imagem esculpida que pertencera a Micá. Assim,
seguem a religião de sua própria escolha.
O
pecado de Benjamim em Gibeá (19:1-21:25). O acontecimento escrito a
seguir faz Oséias dizer posteriormente estas palavras: “Pecaste
desde os dias de Gibeá, ó Israel.” (Osé. 10:9) Certo levita de Efraim,
voltando para casa com sua concubina, passa a noite na casa de um homem idoso,
em Gibeá de Benjamim. Homens imprestáveis dessa cidade cercam a casa, exigindo
ter relações sexuais com o levita. Eles aceitam, entretanto, sua concubina em
seu lugar, e abusam dela a noite inteira. Pela manhã, ela é encontrada morta na
soleira da porta. O levita leva o cadáver para casa, recorta-o em 12 pedaços e
envia estes a todo o Israel. As 12 tribos são destarte postas à prova.
Castigarão a Gibeá, removendo assim do meio de Israel a imoralidade? Os
benjamitas fecham os olhos a esse crime bestial. Depois de duas derrotas sanguinárias,
as outras tribos levam a vitória, colocando uma emboscada, e praticamente
aniquilam a tribo de Benjamim, escapando apenas 600 homens que se refugiam no
rochedo de Rimom.
A condenação
severa que Deus pronunciou contra a adoração de Baal deve impelir-nos a nos
resguardar dos seus equivalentes modernos: o materialismo, o nacionalismo e a
imoralidade sexual (2:11-18).
“Faze-lhes
como a Midiã, como a Sísera, como a Jabim no vale da torrente de Quisom . . .
para que as pessoas saibam que tu, Deus de Israel, somente tu és o Altíssimo
sobre toda a terra.” Sal. 83:9, 18; Juí. 5:20, 21.
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