domingo, 12 de fevereiro de 2012

O Ministério de João Batista

Vamos compreender um pouco da vida de João Batista e o fim que teve seu ministério. Era ele primo do Senhor Jesus e tinha por ministério anunciar a vinda do Cordeiro de Deus (Jesus), era seu precursor (Mt 3:3 e Lc 1:13-17), mas no decorrer se envolveu com algo diferente: apontou a falha de Herodes (Mateus 14:3 a 5). Desde antes do nascimento, João Batista sabia qual era o seu papel (Lc 1:4).
Toda a família de João Batista era levita, da casa de Arão, e seu pai Zacarias servia a Deus como sacerdote no templo (1:5). Pela posição religiosa, o sacerdote tinha direito a ministrar no templo, a usar uma veste de linho e a se alimentar dos pães da proposição e da porção a eles destinada nos sacrifícios ofertados (Lc 1:9; Êx 28:3; Lv 7:3), porém, João Batista mesmo sendo um sacerdote, abriu mão de tudo isso (Mt 3:4). Ele se afastou das antigas tradições religiosas, porque sua função era abrir caminho para o Senhor Jesus, pregando o arrependimento e prenunciando Sua chegada para um novo começo.
João Batista foi humilde ao reconhecer que o Senhor era o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1:29) e assim desejou ser batizado por Jesus, porem para cumprimento das escrituras, João O batizou (Mt 3:14-15), ao sair das águas os céus se abriram e o Espírito de Deus, desceu como pomba e uma voz disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (v.16-17).
Aquele deveria ser o cumprimento e fim do ministério de João Batista, quando deveria ter recebido revelação e aberto mão de seus discípulos para seguir aquele que era maior do que Ele, aquele pelo qual anunciou a vida toda, aquele que era O Mestre, O verdadeiro Pastor que conduziriam as ovelhas (seus discípulos) e batizaria com Espírito Santo e com fogo (3:11).
Ele, porém prosseguiu com uma obra paralela. Por que ele fez isso? E por que não passou a seguir o Senhor depois de ouvir a voz dos céus? Por que desejou manter seus seguidores para si e não os encaminhou para seguir ao Senhor? Talvez fosse um preço que João Batista não quisesse pagar. Abrir mão dos próprios discípulos é algo que requer renúncia ao ego e desapego pelo reconhecimento alheio, ou seja, negar a vida da alma.
Houve também uma questão entre os discípulos de João e os judeus acerca da pratica do jejum (Jo 3:25). “Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos? E Jesus disse-lhes: Podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar” (Mc.2:18-19), ainda acrescentou nos versos 21 e 22: “Não se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas, põem-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam", referindo-se o fim da lei pelo Seu cumprimento e o inicio da nova aliança (Graça) que estava por acontecer logo após sua partida.
Ao receber essa palavra, João Batista poderia ter se arrependido, mas isso não aconteceu. No início de seu ministério, João Batista havia se distanciado das tradições religiosas, mas, com o passar do tempo, seus discípulos voltaram a adotar as antigas práticas da lei, como o jejum.
Por fim, envolveu-se com algo alheio que não era parte da obra de Deus para sua vida, como resultado da falta de visão, João Batista foi preso (Mt 14:3-4).
Na prisão, em vez de arrepender-se, decidiu enviar dois de seus discípulos ao Senhor, para perguntar-Lhe se Ele era Aquele que estava para vir ou se teriam de esperar outro (Mt.11:2-3). João Batista parecia agora duvidar do Senhor ou, pelo menos, tentou provocar no Senhor uma atitude para vir tirá-lo do cárcere. Temos exemplo diferente em Atos 5:17-20 quando o Senhor liberta os apóstolos em prisão. Não sabemos o certo o que ele pensava a respeito de Jesus quando estava no cárcere, mas o fato é que, não foi libertado.
O Senhor Jesus não confirmou Sua incumbência nem respondeu ao questionamento trazido pelos discípulos de João Batista. Apenas lhes disse: "Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Lc 7:22-23 e Mt 11:4-5).
Por fim terminou sendo assassinado, e sua cabeça foi entregue numa bandeja à mulher que pediu sua morte (Mt 14.10).
Para quem teve um início tão bom, como precursor de Jesus, sua história teve um fim desolador e nos serve de grande advertência: é necessário abrir mão das próprias conquistas, estar libertos de tudo o que é velho para seguir somente o Senhor. Se, por causa de nossos velhos conceitos, nos apegarmos a práticas antigas e nos opusermos ao que Deus está fazendo hoje, corremos o grande risco de produzir uma nova religião. Devemos tomar cuidado para não deixar que ensinamentos velhos nos impeçam de avançar. Busquemos, portanto, andar sempre em novidade de vida, amem!

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