Cristo é Nosso Exemplo
Quando compreendemos quanto tempo Cristo passou em oração e como todos os acontecimentos relevantes de sua vida estiveram ligados a períodos especiais de oração, fica mais clara a necessidade de absoluta dependência do mundo espiritual e da comunicação permanente com ele, para que tenhamos vida celestial ou exercitemos poder celestial à nossa volta.
Sobre o batismo de Jesus, está escrito: “E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus; e estando ele a orar, o céu se abriu” (Lc 3.21). Foi na oração que o céu se abriu para ele, e que o céu desceu até ele por meio do Espírito e da voz do Pai. Foi nesse poder que ele foi levado ao deserto, em jejum e oração, para ser testado e para aprender a usar plenamente as faculdades e armas espirituais.
Marcos registra: “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava” (Mc 1.35). E, mais adiante, conta-nos Lucas: “... e grandes multidões afluíam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares solitários, e orava.” (Lc 5.15,16).
Ele sabia como o serviço mais sagrado – como pregar e curar – pode exaurir o espírito; como excessiva interação com os homens pode empanar a amizade com Deus; como é necessário separar tempo para que o espírito descanse e crie raízes na verdadeira vida; como a pressão de obrigações para com os homens, seja qual for sua intensidade, jamais anula a necessidade absoluta de muita oração. Se alguém pudesse sentir-se satisfeito por viver e trabalhar sempre em espírito de oração, esse alguém seria o nosso Mestre. Mas ele não se contentava; necessitava recompor sua provisão espiritual por períodos contínuos e prolongados de oração. Usar o nome de Cristo na oração implica certamente também nisso, em seguir seu exemplo e orar como ele orava.
A respeito da noite anterior à escolha dos apóstolos, lemos que ele “retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus” (Lc 6.12). O primeiro passo para a constituição da Igreja e a escolha dos homens que seriam suas testemunhas e sucessores exigiu dele um período especial e prolongado de oração. Tudo precisava ser feito segundo o padrão revelado no monte: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai” (Jo 5.19-20). Foi durante a noite de oração que ele viu o que deveria ser feito.
No período entre a multiplicação dos pães para os cinco mil e o milagre de andar sobre as águas, quando percebeu que o povo queria tomá-lo e proclamá-lo rei à força, ele “subiu ao monte para orar sozinho” (Mt 14.23; Mc 6.46; Jo 6.15). Sua missão era fazer a vontade de Deus e mostrar o poder de Deus. Ele não o considerava como propriedade sua; era necessário orar e receber tal poder do alto.
Na introdução à história da transfiguração, lemos que Jesus “subiu ao monte com o propósito de orar” (Lc 9.28). O pedido dos discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11.1) veio depois de Jesus estar “orando em certo lugar”. Em sua vida pessoal, em sua amizade com o Pai, em tudo que ele é e faz pelos homens, o Cristo, cujo nome devemos usar, é um homem de oração.
É a oração que lhe confere o poder de abençoar e transfigura seu corpo com a glória dos céus. É sua própria vida de oração que lhe permite ensinar aos outros como orar. Quanto mais terá de ser oração, somente oração, muita oração para nos moldar até que estejamos aptos a participar da glória de uma vida transfigurada ou para nos transformar em canal de bênção celestial e ensino para os outros. Orar em nome de Cristo é orar como ele orava.
A vida e a obra de Cristo, seu sofrimento e morte – era tudo oração, dependência em Deus, confiança em Deus, recebendo de Deus e rendendo-se a Deus.
Sua redenção, ó seguidor de Jesus, foi forjada por oração e intercessão. Seu Cristo é um Cristo de oração: a vida que ele viveu para você, a vida que vive em você é uma vida de oração que se deleita em esperar em Deus e em tudo dele receber. Cristo é nosso exemplo porque ele é nosso Cabeça, nosso Salvador e nossa Vida. Em virtude de sua divindade e do seu Espírito, ele pode viver em nós; nós podemos orar em seu nome, porque permanecemos nele, e ele em nós.
Condensado de The Ministry of Intercession (O Ministério da Intercessão), de Andrew Murray.
por Andrew Murray
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário