quinta-feira, 28 de julho de 2011

V – Conhecendo à Deus nas 42 Jornadas

Hoje vamos dar continuidade com a 9º estação, chamada Dofca que tem como significado “fornos de fundição”. O texto está em Núm.33:12 “E partiram do deserto de Sim, e acamparam-se em Dofca”.
Mas em Exodo 17:1 nos fala que após sairem do deserto de Sim, acamparam-se em Refidim, não fizeram menção de Dofca assim como não o farão de Alus que será a 10º estação. Há algo aqui que o Senhor não quis mencionar, pois apenas deixou registrado a passagem uma única vez. Após dar o maná e apresentar ao povo o descanso, calou-se!
A arqueologia relata que nesse lugar havia antigas minas de extração da Turquesa (pedra de aspecto esverdeado) e cobre, provavelmente era lugar de comércio.
Paulo em 2 Cor.4:7 revela que na igreja há um tesouro: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós”. Ela não é um vaso de barro, também não é um tesouro, mas é o tesouro em vaso de barros, ou seja - Cristo em nós, o poder e a fragilidade num mesmo “recipiente”!
O Senhor levou o povo até Dofca, mas nada havia de positivo para ser registrado como experiência.
Foram encontrados nesse local os primeiros sinais de “escritas”, antes da época de Moisés, raizes do alfabeto mais antigo que se conhece, sendo aperfeiçoados depois pelos cananeus, fenícios, etitas, gregos, romanos, latim e até chegar ao nosso vocabulário. A escrita egípcia era representada por herôgrifos (cada palavra uma figura).
Também havia templos de adoração, um deles é Dêndera, homenagem a deusa Hator (vaca), representada por uma mulher usando na cabeça o disco solar entre chifres de vaca. Em Mênfis ela é conhecida como a senhora do sicômoro, protegendo com sua sombra os mortos nos desertos do além, e em outras localidades ela é também a senhora das turquesas e a padroeira dos mineiros ou ainda protetora dos viajantes. Também havia o templo a Baala (deus dos cananeus – feminino de Baal).
Ramsés II foi faraó da 19º dinastia na época de Moisés, mas quem provavelmente começou a explorar as minas e levantou os templos foi o faraó Nefron da 4º dinastia.

A 10º estação chamada de Alus, também registrada apenas em Números 33:13 tem significado de “alvoroço, desolação e problemas”.
Fica 19km de Dofca e 13km de Refidim. O que aprendemos é que o Senhor não quer que ocultamos em nossas caminhadas as experiências negativas, porém que não devemos nos deter nelas, mas avançar. È inevitável os problemas, por isso devemos nos manter na Palavra: “Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem” Mat.18:7.
Nossa comunhão deve ser para crescimento e edificação da igreja (I Cor.11:17, 2 , 19), pois o Senhor nos tem sondado (Apoc.2:10, Mt.4:1, Atos 14:22, Jz.3:1, I Tess.2:4).
Que cada dia mais possamos depender do Senhor em temor e tremor, em um espírito de sensibilidade para prosseguir nessa jornada rumo a Nova Jerusalém! Amém.

“E partiram de Alus, e acamparam-se em Refidim (11º estação); porém não havia ali água, para que o povo bebesse”. Nm.33:14, Refedim no grego significa “descanso e sustento”.
De acordo com Êxodo 17:14, vemos que o Senhor quis que Moisés detalhasse os acontecimentos dessa estação, pois foram muitas.
Aprendemos que Moisés guiava o povo, mas vemos Cristo presente nessa jornada, como a nuvem, a coluna de fogo, a rocha, o maná e outras simbologias.
Moisés tinha intimidade com o Senhor para conversar, ouvir e saber onde levar o povo. Dentro do contexto natural há um aspecto espiritual, o Senhor quer nos mostrar isso com nossas experiências, aquilo que é sombra e o que é realidade (Rm.15:4). Nesse local Moisés se encontrou com sua família e seu Jetro, seu sogro (Ex.18:1-4). Vemos três tipologia sobre a morte: a páscoa, quando o Cordeiro foi sacrificado, representando a redenção, a passagem pela mar Vermelho, representando separação das coisas passadas, uma tipologia do batismo, quando deixamos o mundo (representado pelo Egito) e a tipologia da “rocha fendida”, tipologia da morte de Cristo, quando a vida fluiu como água para os sedentos do deserto (Ex.17:2 -3, 6), é desejo do Senhor que também oramos e levemos outros diante dessa fonte inesgotável que é Cristo (I Tm.2:1).
O fato de Moisés golpear a rocha representava o juízo de Deus que caiu sobre Cristo, nosso substituto (Ex.17:5), também o fez na presença dos líderes (70 anciões - Is.53:4-5).
“Abriu a penha, e dela correram águas; correram pelos lugares secos, como um rio”. Sal.105:41
O povo chegou ao extremo, não reconheciam que era o Senhor quem os sustentavam, não importando o lugar onde estariam. Por isso o Senhor os conduziu para um lugar onde não havia água para ter oportunidade de se revelar. Como sempre, o desespero do homem se transforma na oportunidade de Deus! Pedro andou sobre as águas enquanto olhava para Cristo, Davi venceu Golias porque creu na promessa de quem era o seu povo, o inverso do que fez os dez espias quando viram os gigantes – duvidaram, reclamaram e se acovardaram.
O Senhor nos conduz para se revelar e nos provar para conhecermos Seu caráter, Sua abundância, Seu amor e Seu poder. Exodo 17:7b, revela que duvidaram e desconfiaram do zelo de Deus “...Está o SENHOR no meio de nós, ou não?”
Refidim deveria ter ficado na mente deles e não meribá ou Massá que em hebraico significa contenda e murmurrações - v.2,8, Num.20:13, Sal.106:32.
Quantas vezes trocamos Refidim em nossas experiências diárias, podendo trazer derrota em vez de vitória. O lugar que deveria ser de descanso tornou-se contendas; mas como ser lugar de descanso, se não havia água? O Senhor é Soberano! Mas só conseguiam ver a falta de água. O Senhor tinha propósito em levá-los até lá - Sal.81:7
Esqueciam rápido das experiências passadas, de como o Senhor os haviam conduzido até ali.
A água da qual necessitavam poderia ter vindo de várias maneiras: da chuva, de vertente, de escavações, mas o Senhor a fez sair de uma rocha, que representava Cristo (I Cor.10:4)!!!!!
De acordo com Heb:3:7-10, não compreendiam o que Deus fazia, viram as obras por 40 anos, porém não o propósito. Será que Moisés sabia a diferença daquilo que era obra e do que era o caminho de Deus? Dt.32:1-4 e Sl.103:7
A primeira vez que aparece a palavra caminho foi em Gn.3:24 que conduzia a “árvore da vida”, mostrando que aquele era o caminho para a intimidade, para o desfrute e para suprimento. Alguns entre nós somente conhecem as obras de Deus, outros conhecem o caminho, que é o propósito do coração do Senhor para nós. Paulo tinha experiência de intimidade com o Senhor: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo....” Fp.3:8, nos versos de 9 e 10, vemos que obras foi o que Cristo fez e quando juntamos os dois; a obra de Cristo em nossa vida, mais nossa intimidade com Ele, temos como resultado, como prática o verso 14: “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Após o resmungo, apareceu os Amalequitas: “Então veio Amaleque, e pelejou contra Israel em Refidim” (Ex.17:8). Vale lembrar que amaleque representa nossa carne (Ex.17:16, Gál.5:19, 22). Eles eram na verdade parentes carnais da descendencia de Jacó, neto de Esaú que representa o homem carnal, enquanto Jacó (Israel) o homem espiritual (Ex.17:8,11, Gn.36:12). Nossa carne quer reinar como príncipe (Gn 36.16) quando na realidade somente o Senhor é o nosso Príncipe (Is.9:6).
O inimigo primeiro ataca os mais fracos (Dt.25:18), por isso a ordem do Senhor é aniquilar, negar totalmente a nossa carne, não podemos poupar nada é necessário tratar com tudo (I Sm.15:3,9,13 e Rm.13:14). Saul se distraiu com o pecado e foi enganado, não conseguiu distinguir o santo do profano, faltou-lhe discernimento por ser leviano poupou o melhor dos amalequitas(I Sm. 28:18-19, 15:23).
"Porquanto jurou o Senhor, haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração"Êx:17:16, significa que enquanto vivermos, enfrentaremos "amalequitas". Assim como Moisés mantinha suas mãos levantadas, nós também devemos para que “amaleque” não prevaleça, mas se por ventura baixarmos as mãos por algum motivo, ainda podemos contar com a ajuda de Hur e Arão (Ex.17:12), irmãos que nos sustentarão quando estamos em dificuldades. E após vencermos edificaremos um “altar” a Jeová Nissi – “O Senhor é a minha bandeira” (v.15)

BIBLIOGRAFIA
1 - http://escolabiblicadiaria.blogspot.com/2010/08/exodo-1819-22.html
2 - http://atendanarocha.blogspot.com/2009/09/meriba-ou-refidim.html
3 - http://www.fascinioegito.sh06.com/vaca.htm
4 - http://www.vivos.com.br/132.htm
5 - http://www.celebrandodeus.com.br/Data_site/002TextoSite_livre.asp?ID=2446
6 - http://exaltandoosenhor.podomatic.com/
7 - http://amadurecendoemcristo.podomatic.com/
8 - http://compartilhandoapalavradedeus.blogspot.com/
9 - http://www.youtube.com/watch?v=IxKTejYMnNM
10 - http://www.igrejaemsumare.com.br/?tag=revisao-do-estudo-de-exodo
11 - http://arqbib.atspace.com/exodo.html